Arte do inacabado

Estão nos planos os santos de barro

Tem sarro por debaixo dos panos

Clamam alto para nós que somos insanos

Na cruz em chamas vai que um dia me amarro.

Vagueando por claras crenças

As prensas apertando o miolo

Escuridão de densas indiferenças

No preconceito não se reparte o bolo.

É obra-prima a arte do inacabado

Foi passado, é presente e futuro.

Se o azul é insígnia do infinito

Onde o mito tem morada e poltrona

Na telona vê absurdos dos filhos

Um cochilo para diminuir a insônia.

Nada fiz, pois encarei só o que pude

Livre arbítrio é um tiro no pé

Tratei de lixo quem me mostrou ser rude...

E pra um suposto embuste sou feito de fé.

É obra-prima a arte do inacabado

Foi passado, é presente e futuro.

André Anlub (30/07/12)

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