Promessas
Na casa onde ninguém ri
E onde ninguém dorme
Na casa onde o amor morre constantemente
E as sombras rastejam
Uma garotinha se esconde, tremendo,
Com as suas mãos nos ouvidos
Forçando as lágrimas
Até a dor passar
Sua mãe diz algumas coisas
Seu pai soca a parede.
Não importa o que eles digam...
Não importa o que eles façam...
Pessoas cotidianas
Desgraças cotidianas
Promessas cotidianas liquidadas em chamas
O nascer do sol cotidiano
Mais uma história cotidiana.
Surge das cinzas uma chama
Da glória cotidiana.
Na cidade onde ninguém sorri
E ninguém sonha
Na cidade onde o desespero
Leva os entediados aos extremos
Só uma faísca de decência
Contra uma noite sem estrelas
Um brilho de esperança e dignidade.
Uma criança pode seguir esta luz.
Não importa o que eles digam...
Não importa o que eles façam...
Se o futuro parece escuro,
Somos nós que devemos brilhar
Se não há ninguém no comando
Somos nós que definimos o limite
Embora vivamos em tempos difíceis,
Somos nós que devemos arriscar
Embora saibamos que o tempo tem asas,
Somos nós quem devemos voar...