Resplendor
Outra tarde a mais perdi em suspiros
Tocando seu sorriso sentindo seu olhar em mim
As palavras fogem e meus dedos clamam
Eu preciso lhe dizer seu calor arde aqui
As memórias, imagens de outros ventos
A tarde, a grama, a brisa o sol, seu abraço...
Todos prendem o ar e esperam sua fala
E um novo verso vem, a canção não rima...
Quantas linhas ainda vou perder
Por que os holofotes queimam?
Inspiro - coragem! - os olhos declaram
As cortinas nunca irão baixar
O cenário eternizar
Se o toque for apenas desejo meu
Vivo as memórias lhe vejo
De tantas janelas, a sua eu sei
Chame por mim... !
Nos entraves do destino como aconteceu
De suas cores tingirem sonhos meus?
O apito soa, a platéia espera
Engasgo, esqueço e olho; não consigo lhe ter
Peito arfante onde seu perfume está - pra eu respirar
Por favor devolva-me pelo quê, porque ser
Meu violão grita... meu silêncio
Fecho os olhos e ergo a máscara pra fugir
Esmurrando seus espelhos, arranho, choro, rasgo o meu peito
Sangra a alma, lágrimas caladas, aceno e enceno pra mim
Quantas linhas ainda vou perder
Por que os holofotes queimam?
Suspiro - coragem! - os olhos declaram
Quero você, respirar você
Ser o que não sei ou o que sonhou
Lhe abraçar, beijar e gritar à dor
Que me tornou a mulher que hoje sou
De tantas esquinas, a sua eu sei
Chamou por mim
Nos entraves do destino, como aconteceu
De minhas cores encherem... olhos seus