Petrichor
Cheiro de chuva após tocar o chão,
Chão de meu coração, que se anima a cantar.
Da plena e livre canção do amar,
Você me faz lembrar, daquele tempo bom.
Onde campo deserto, da mais linda flor,
Não chove mais que o tempo, que gera tanta dor.
Onde mentiras sórdidas, que secam ao desamar,
Levam consigo a beleza de um olhar.
-Petrichor lá no mar, ironia com certeza.
Beijo sem molhar, tua boca que almeja.
O cintilar da Lua, a paz do peito em vão.
Faz sentir o raiar, do céu em tuas mãos.
Chuva que abateu meus pés, e não conseguem molhar.
Brisa que ateia tão forte, que não vai me levar.
Arrular de beija-flor, que não parece me encantar.
O aludir da poesia, que me ensina a te amar.
Torna-se melodia, aquela história nossa.
Tardes ao balançar da rede, e o deitar na grama.
Suavidade no falar, no minutar e no aliciar.
Canção da flora... Fosfeno para amar!