Reviver tudo tudo de novo.
Muito boa noite meu amigo roceiro
Me permita entrar na tua palhoça
E com esse meu jeito de cancioneiro
Vamos falar um pouquinho da roça.
Vou de dizer que eu tambem vim de lá
E até hoje ainda não pude esquecer
O gorgeio de um humilde sabiá
Revelando a beleza do entardecer.
A chuva branca que desponta na serra
Lá no banhado reclama uma saracura
O suave trilar de um canário da terra
Mãnhã de neblina com intensa brancura.
Uma pequena cigarra um tanto agitada
Prevendo a agonia de um um lindo verão
Lindas noites quentes de lua prateada
Que ainda me inspira singela canção.
Agora te agradeço amigo por ouvir
O saudosismo insistente desse trovador
Que embora tenha um coração a sorrir
Traz aqui no peito o amargo de uma dor.
A voltande imensa de voltar pra fazenda
E outra vez reviver tudo tudo de novo
Sentir o cheiro da garapa na moenda
E declarar que é que está o meu povo.