HÁ...

Há um eco preso na garganta

Um suspiro cadenciado

Há um cone que se agiganta

Por um desmaio justificado

Há revoltas e reboliços

Velhos adultos sem compromisso

Corre nas veias um sangue micho

Na falsa crença do submisso

Há um sorriso que se lamenta

Num olhar meigo desconfiado

Há uma lágrima que se descontenta

Num rosto triste e amargurado

Inda há sonhos e esperanças

De etiquetas e lembranças

Em mulheres e crianças

De cores e semelhanças

Há um mar que se movimenta

Por uma vida notificada

E uma face que se tormenta

Por uma perda crucificada

Também há guerras e guerrilhas

Em proas e escotilhas

Há sangue em tantas trilhas

E tolas mortes em belas ilhas!

Autor: Valter Pio dos Santos

17/Set/82

Valtin Kbça Dipoeta
Enviado por Valtin Kbça Dipoeta em 04/06/2012
Reeditado em 07/04/2023
Código do texto: T3704670
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