NÃO SE LUTA CONTRA UM HOMEM DE DEUS
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Olha aqui, vagabundo, se eu canto pro mundo
Papo raso ou profundo isso é problema meu...
Rezo antes do pote lá no travesseiro
E de manhã primeiro o que eu peço a Deus...
É que ele me proteja do língua felina
E ao deixar a colina com disposição...
Que ele estenda o seu manto sobre a gente minha...
E que eu volte à noitinha de posse do pão...
Que ele dê vida longa aos meus inimigos
E que afaste o perigo lá do meu terreno...
E se no calcanhar tipo que rasteja
Que eu sempre anteveja assim como eu "tô veno"
Você conhece a regra da periferia
Jogar simplizinho, feijão com arroz...
Se eu for dar ouvidos à patifaria...
Eu vou ter que acabar dando nome aos bois...
Olha aqui, meu parceiro, pr'eu não blasfemar
Vou acabar esse samba até antes da hora
É melhor cada um ficar no seu lugar
Não sou de ficar jogando conversa fora
Não se luta contra um homem de Deus
Pra que não pinte o arrependimento depois
Vou ficar na minha vá cuidar dos seus
Rezar talvez seja o melhor pra nós dois