FOI ASSIM QUE EU VIM PARAR AQUI NO "QUEBRAOSSO"

Escuta aqui, ô malandragem, pra dizer a verdade

Estava de passagem nem sou da cidade

Depois do dia em que eu desci naquela estação

Foram três ou quatro noites dormindo no chão

Catei papelão, também juntei latinha...

E na manhã seguinte eu ia dar linha...

Gritaria na madruga, tremendo alvoroço...

Borrachada, botinada... Gravata no pescoço

Queriam que eu lançasse um bagulho que eu não sei...

Só sei que eu vomitei o que eu comi no almoço

"Tava" caído me chutaram o dorso...

Eu "tô" d'um jeito que eu não posso nem fazer esforço...

C'a cara machucada e sem nenhum no bolso

Foi assim que eu vim parar aqui no "quebraosso"...

Eu só "tô" procurando moço

A ponta corda pr'eu sair do poço...

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 24/05/2012
Reeditado em 24/05/2012
Código do texto: T3686237
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