Saudade a galope
Junto com a tristeza e a solidão,
chegou em comitiva,invadiu meu sertão.
Maldita saudade veio me amansar.
Apeou no meu peito e ao cravar o pé,
eu de alazão virei pangaré,
com a fuça vermelha de tanto chorar.
Saudade a galope chegou tão ligeira,
me pegou no laço e me botou a peia.
E sem reação fiquei amarrado.
Fui preso ao mourão do nosso passado.
E foi me domando,me vi dominado,
cortado na espora com o orgulho quebrado.
No meu coração pra acertar o trote,
batia a tristeza igual a um chicote.
Como que guiado na dor de um bridão,
ela foi me levando em sua direção.
E domado, ferido, louco de paixão,
hoje vim no cabresto te pedir perdão.
Saudade bandida não me deixa escapar.
Anda com o pé no estribo pronta pra montar.