RESTOS

Se me fiz em trapos

Me juntei aos ratos

Inspirei boatos

Descumpri contratos

Minhas más intenções foram fatos

juntos, o negativo "des" à confiança

Olhos de desesperança

Estive com ratos,

Disputando restos

Uma vida vazia

Levei à revelia da noite e do dia

Desonestidade não havia

No já passado futuro que me resta

Sou o tolo sabido

Metido na côrte, na festa

Entendo a canção, a seresta

Entre os ratos,

Dividindo os restos

Credibilidade, modesta

A verdade contesta

Sou quem sou, mal aceito

Fui outro, não quem sou

Sei o que quero ser

Busco no aprender...

Prazer de ensinar

Dos ratos,

Rejeitando os restos

Confesso... me apraz ostentar!

O que sei, surpresa, posso provar

Nem só mentira minha boca atira

(Des)confiado sempre, o que me ouve

Sabe o pretérito

Tramita em inquérito o que fiz

Seja feliz

Aos ratos,

Os trapos, os restos

Mar Ferreira
Enviado por Mar Ferreira em 12/05/2012
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