CALANGADA
Calango viu a calanga
E logo calango foi.
Calango quis a calanga,
Mas calango era boi.
Calango viu a calanga
No rabo da cotovia.
O calango era noite
E a calanga era dia.
Calanga tomou garapa,
Calango bebeu cachaça.
Calango quase derrapa
E quase cai na desgraça.
A calanga adormecida
E o calango de olho,
Quero o rabo da calanga
O resto deixo pro molho.
Quando for de manhãzinha
Eu caso com essa calanga
E se não me casar com ela,
Dou na tanga e na manga.
Calango viu a calanga
E logo calango foi.
Calango quis a calanga,
Mas calango era boi.
Calango deu na calanga,
Que o rabo dela quebrou.
E quando viu o estrago,
Calango, se apavorou.
Calango desceu a serra,
Na Lei Maria da Penha,
Pois aplicou na calanga
Um grande lasco de lenha.
Calango foi pra cadeia
E escreveu pra calanga
Pedindo perdão à pisa,
Pela tanga e pela manga.
Calanga se arrependeu
E a queixa removeu.
Calango foi pra calanga
E o rabo dela cresceu.
Calango viu a calanga
E logo calango foi.
Calango quis a calanga,
Mas calango era boi.
Arranjaram uma toca
Bem debaixo dum lajeiro,
E quando chega cachorro
Calango corre ligeiro.
Calanga deu a calango
Ninhada de calanguinho.
Estranho é que tinha um,
Um tanto quanto branquinho.
Calango achou estranho
E pensou que era boi
Se tinha outro calango
E logo calango foi.
Perguntou para calanga,
Com todos juntos à mesa
Se esse calango é meu
Sua calanga tá acesa?
Calango viu a calanga
E logo calango foi.
Calango quis a calanga,
Mas calango era boi.