Pra minha mãe
Mãe,
Como podia esquecer
e não falar de você,
não te por numa canção.
E não reverenciar
quem construiu pra morar,
a primeira a entrar
dentro do meu coração.
Quem teve que suportar
todo aquele mal-estar
das mudanças que eu trazia.
E se sofrendo, mesmo assim,
do começo até o fim
já pensava mais em mim,
como ainda hoje em dia.
E nem sequer esperou,
já de cara me amou
mesmo antes de me ver.
Encarou a aventura
com toda graça e ternura,
em meio as manhas e travessuras,
de me ensinar a crescer.
Nas fraldas e mamadeiras,
nas lições, nas brincadeiras,
nos apuros da adolescência,
Mãe, em tudo você estava,
com você que eu contava,
conduzia, orientava,
e assim marcou sua presença.
E se hoje sou o que sou
é graças ao seu amor,
a sua dedicação.
Pela vida que me deu,
pelas unhas, os dentes seus
que por ela me defendeu,
os conselhos,
a atenção.
Por tudo, como pode ver,
não cabia te esquecer,
e não falar de você,
e não te por numa canção.