A deriva
Lindos os momentos em que eu te naveguei,
Calmos eram os ventos quando eu te amei.
Lembranças de sol de tua boca carmim,
Mergulhados no amor,
Num quase sem fim.
Alegria de porto, festa ao chegar,
Eu assim quase morto de tanto te amar.
Todo tempo ou lugar ah,
Era a gente um só.
Eu vivia em você,
Você vivia em mim,
Um nó.
Todo o tempo parava,
Pra gente namorar.
A lua se deitava,
A espera do sol pra nos imitar.
E a gente na areia,
A ganhar beijos do mar.
O sol vem devagar
Deixa a lua dormindo,
E vem nos clarear.
Mas eu não sabia que tu eras verão,
E que partirias na outra estação.
Achei que nossos planos fossem pra vida inteira,
E não meros castelos de areia.
O que era poesia hoje é ide fazer dó.
Já não estou em você,
Só tu estás em mim,
Foi-se o nó.
O tempo já não para,
Passa só pra lembrar.
Que a lua se queixa,
Do amor que não pode voltar.
Eu sentado na areia,
Sinto o pranto do mar,
Que se junta ao meu numa prece,
Pra você voltar
Vem me clarear,
Pra você voltar.
Vem me clarear,
Pra você voltar.