AS ENTRELINHAS

As entrelinhas

Dois tapinhas com as mãos

Dois soquinhos pra selar

A nossa amizade

É nosso cumprimento

É marca registrada

De toda garotada

Nada de armas

Estilingue que fere

Que interfere

O voo de um pássaro

Pois eu me sinto a voar

Alto como uma águia

Ao redor do seu ninho

Protegendo com sorrisos

Com sonhos tão precisos

Pra mostrar

Que o mundo pode ser melhor

Vivendo a sutileza

Da simplicidade espalhada ao redor

São certos detalhes

Pormenores que a gente não enxerga

Que muita gente olha mas não vê

Porque está tão distraída

Absorvida

Em outras direções

É mais ou menos como uma pipa bailando no céu

Refletindo suas cores numa rabiola

De papel

Quando a linha é cortada

Momentâneamente, tudo vai embora

É mais ou menos como ceder numa partida de futebol

Eu sei que alguém vai ganhar

Alguém vai perder

Mas eis que surge de repente o sol

Então em dois tapinhas

A gente soma com dois soquinhos pra selar

As entrelinhas da linha da vida

Você precisa ver e enxergar

Carlinhos Real