Lamentando a dose

Andava só na noite escura

entre as sombras das árvores com a pouca lua,

preso ao nó da garganta.

Lamentava a sorte, o fim da noite,

o último gole, o novo dia

sem esperança.

E com passos zonzos e cabeça torta

que fez perder a quem mais queria,

seguia reto, cambaleando,

driblando o vendo na noite fria.

Perdeu a moça, descartou os sonhos,

tal como fez com a dose

que jogou pra um santo que nem bebia.

E com passos tortos e cabeça zonza,

lamentando a dose, tão só seguia.

Foi girar na cama no barraco escuro,

desarrumado, de flores murchas e sem cuidados.

Pra esquecer a noite e sonhar com o dia

que talvez por sorte ela voltaria.

GELComposicoes
Enviado por GELComposicoes em 20/04/2012
Código do texto: T3624060
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