Perdi meu mundo

Um homem encurvado

Ao peso do tempo

Mãos calejadas sem lamento

Barba e cabelos juntos acenando ao vento

Trouxe o futuro presente sem passado

Falou que da vida só temos o presente

Que o futuro é ideologia ausente

Que o homem quer ser ter poder

E esquece que logo vai morrer

Disse que de amores o coração se sacia

Nunca adoece se realizar essa bela simetria

Coração se molda ao coração de outrem

São belos interruptos desejos meu bem

Deixa-me pensar que o mundo todo se curvará aquele que tem

O poder d e dizer e de arbitrar que não somos ninguém

Estamos de passagem e essa vida engana

É como um junco talhado pela água fria

Enrijece parece aço de foguete

Logo uma brisa leve em falsete

O faz quebrar como gelatina

Despediu de mim sem revelar minha sina

Como se o futuro eu acho fosse visto

tendo uma senha criptografada

Passando por muitas portas

algumas difíceis outras já arreganhadas

Ao vento que tortura o monte

e faz suas arvores quebradas

Lá do alto sem eu ver ele gritou

Não corra nessa vida

Ela não te levará a nada