CAVALO DISPARADO
Amanhã vou embora,
vou arrumar minha mala,
dou adeus à senhora,
um adeus que não pára.
Estou ficando velho,
triste e encabulado
de viver aos teus pés
sempre acorrentado.
Sou um galope de sete léguas,
pelos verdes da campina
a procurar por tuas éguas,
fogo e força feminina.
Sou a palidez da lua,
o calor que te arrepia,
luz naturalmente nua;
sou o corpo que te aninha.
Estou ficando livre
como pássaro novo;
meus momentos que tive,
tão feliz, tão nervoso.
Estou virando moço,
um moço assanhado,
procurando viver
Num cavalo disparado.
Sou um galope de sete léguas,
pelos verdes da campina
a procurar por tuas éguas,
fogo e força feminina.
Sou a palidez da lua,
o calor que te arrepia,
luz naturalmente nua;
sou o corpo que te aninha.