A FLOR QUE O POVO REGA
Resgatando um sonho antigo
É assim que eu acordo na favela...
O patriotismo "tá" sempre comigo,
Numa "peita" verdeamarela.
Ou então no boné de crochê
Que a irmã "d'um mano" confeccionou...
Rezo agradecendo a Deus
Por mais um dia em que o sol brilhou!
Vou pro centro da cidade,
Pois é lá que o "bicho pega"...
No calçadão, a versatilidade,
É sempre a flor que o povo rega!
Ganho o meu cantando na rua
E, em todo lugar que eu "boto" os pés,
Tem quem "filma" no chão ou na "grua"...
"Trombo" sempre clientes fiéis,
Mas tem também quem nunca ouviu falar
Que eu existia e nem do meu viés
Então grito sem titubear:
"Original só paga dez!"
Mas tem quem passa lá na frente,
Apressadamente, folheando papéis...
Então eu grito novamente...
E tem quem não passa, pois mora na praça:
Vê o show de graça de cedo às dez!
Olha lá o sujeito com uma roupa branca,
Encostado na banca comendo pastéis