MARIAS DE TODOS OS DIAS
Lá vai Maria e lá vem um novo dia,
de um lado vai uma trouxa e do outro lado a cria.
O tempo passa e vem espiar na janela
enquanto ele não passa toma conta das panelas
É cantadeira, bela fada benzedeira
berços de braços que embalam e afagam a noite inteira
Marias de todos os nomes, Marias de todos os dias.
Matam sede, matam fome, seja noite, seja dia
do campo ou da cidade, Marias de todos os dias
no tanque ou no teclado sejam benditas Marias
Elas são tantas nos galpões ou nas esquinas
são virgens, mulheres santas, e outras de uma triste sina
sufocam no peito mágoas e dores insanas,
a febre do preconceito e outras batalhas urbanas.
Já choraram seus guerreiros que tombaram combatentes
hoje choram pelos filhos que a rua tornou ausentes
Marias de todos os nomes, Marias de todos os dias.
Matam sede, matam fome, seja noite, seja dia
do campo ou da cidade, Marias de todos os dias
no tanque ou no teclado sejam benditas Marias
Lá vai Maria
E lá vem um outro dia
Lá vem Maria
E lá se foi um outro dia
Lá vai Maria
Lá vai Maria