A loucura da idolatria
O homem corta uma árvore para fazer uma imagem, o trabalho é cansativo, tanta habilidade em vão, fica de joelhos e faz uma oração a um corpo de madeira sem ação!
- Estou cansado e ferido, me escute, eu talhei seu ouvido, olhai por minha vida, pra isso eu talhei suas vistas!
- Me parece que não ouve, me parece que não vê, mas já que eu te vejo eu vou crê!
- Você é meu deus e eu sou seu criador! Quem cuida de quem, quem protege quem, estou confuso?! O homem corta uma árvore para fazer uma imagem, o trabalho é cansativo, tanta habilidade em vão, fica de joelhos e faz uma oração a um pedaço de madeira sem Ação.
- Dai-me a cada dia o pão, livrai-me, eu talhei sua mão, me carregue, eu talhei os seus pés para me guiar ao caminho mais correto, mas sou eu quem te carrego! Estou mais independente eu confesso.
- Você é meu deus e eu sou seu criador! Quem é o dependente, quem é o independente, estou confuso?! O homem fábrica uma imagem de gesso, cera ou argila, molda as suas narinas, mas não assopra o fôlego da vida, fica de joelhos e faz uma oração a um corpo sem respiração. Se não lhe fará mal algum, bem também eu não vejo nenhum! É do homem eu posso entender, necessidade de vê para crê, se ver quer tocar, se toca quer pegar, arte manhas para a fé despertar. Você é meu deus e eu sou seu criador! Quem escuta quem, quem enxerga quem, estou confuso?! O homem imagina um deus que possa agradar os olhos seus, então esculpi a pedra e o faz de braços abertos, mas ele não o abraça, e embora seja grandão não protege nem dá paz a uma nação. O cenário é bonito admito, emociona, incentiva o turismo, se ele corresse atrás de bandido seria mais útil acredito, mas ele ignora a favela, fica de costas para ela, tudo bem o mundo aprova! Você é meu deus e eu sou seu criador! Quem toca em quem, quem cuida de quem, estou confuso?!