Recanto da Paz II
Longe o sol já no finzinho
A passarada se amontoa
Lá do céu como um presente
O luar rasgando as nuvens
Põe a lua na lagoa
E a dança da imagem
Da lua n´água com o vento
Vai aos poucos me embalando
Refletindo toda a calma
Com tão calmo movimento
E essa calma invade tudo
E pra rede me convida
Era essa mesmo a vida
Que esperava encontrar aqui.
Até o gado está calmo,
São tão poucos os mugidos
Mas barulho faz o vento
Que nas fendas do telhado
Vai riscando seu gemido
Colhe antes no pomar
O cheiro das laranjeiras
Que com suas flores brancas
Como que invejando a noite
Imitam o céu cheio de estrelas
Eu também imito o vento
Vim tão longe da cidade
Pra colher felicidade
Nesse recanto de paz
E conforme atrás da mata
O sol vai se escondendo
As estrelas vão chegando
Sem aviso sem alarde
Uma a uma aparecendo
Percebendo o céu limpo,
As nuvens que foram embora,
Como quem esperou muito
Brilham então desesperadas
Aproveitando bem a hora
Como eu aqui na rede
Aproveitando esse momento
De tão calmo pensamento
Vivo um pouco enfim agora