Depois daquele beijo
Depois daquele beijo,
nunca mais eu fui o mesmo,
algo nele me passou.
Algum vírus ou encanto
que me deixou pelos cantos
bobo de amor.
Se doente ou enfeitiçado,
aqui estou alucinado
recordando aquele beijo,
que até no travesseiro
já tentei no desespero
acalmar o meu desejo.
Depois daquele beijo
eu confesso que eu vejo
tudo em volta diferente,
o mundo com mais cores,
já até notei a flores
que nem via ultimamente.
Minha vida ganhou graça
feito criança na praça
com espaço pra brincar.
Eu caí no seu abraço,
eu fui pego no seu laço
e nem penso em escapar.
Se mandinga, não me benzo,
não quero saber de unguento,
jogo fora o patuá.
Mas se for mesmo doença,
o remédio, eu dispenso.
Eu não quero me curar.