Falsa fada.
O tempo se faz de rogado,
quando fora se sente jogado,
quando fica todo embriagado.
Nessa hora vira triste, arretado,
deixa seu sangue embaçado,
o samba vira um triste fado.
Quantas vezes ficamos desse lado,
fazemos dele um café mal coado,
como não fosse nada, falsa fada.
No entanto, seu sangue não recua,
a voz é guerreira mesmo quando está nua,
liberta suas amarras numa linda passarada.
Quem quiser que diga outra ladainha,
volte a comer seu pirão com farinha,
cada um faz sua própria engasgada.
Assim, calado e frio, segue seu rumo,
cada vez mais apura seu sumo,
mostrando pro mundo toda sua ninhada.
Até que um dia, por certo, quem diria,
se fartará de toda essa alegoria,
e voltará a ser o que foi um dia, nada.
---------------------------------------------
Visite o meu site www.vidaescrita.com.br