Noite sem lua
Noite sem lua.
Sinais de manhã com chuva.
Na varanda
espero clarear
Quem sabe
se a saudade for bastante,
se esse tempo lhe der chance,
resolve logo voltar
Céu escuro.
No sertão quanta beleza
ocultada,
oprimida nesse breu.
Lá fora
só a escuridão impera
como a tristeza governa
aqui dentro o peito meu
E esta saudade
o meu peito apertando,
mas tento seguir cantando,
evitando não chorar.
Viro outra dose
de cachaça na garganta,
pra ver se saudade espanta
e vai pra outro lugar.
Nuvens que teimam
em esconder as estrelas.
Talvez,
como não esta aqui,
inocentes
e por pura ignorância
fazem isso por vingança
achando que eu te escondi.
Vento que açoita,
vai zunindo em meus ouvidos.
Parece
que ele tem algo a dizer.
Acho que ele
também quer danar comigo.
E o frio é meu castigo
por ter magoado você
Só a viola
companheira de verdade,
que entende o que é saudade
e sabe me perdoar,
não se importa
com acordes mal tocados,
segui firme do meu lado
tentando me consolar.