Com um samba na cabeça
Com um samba na cabeça e uma paixão no peito,
ouço o Zé já reclamando “é hora de fechar”.
Então saio na rua, fim de madrugada,
quase sem querer levando o taco de bilhar.
Várias doses de conhaque me balançam o corpo,
e caminho sem sentido, em qualquer direção.
Só me acompanha a lua, a paixão e o velho samba,
que eu sigo repetindo preso no refrão.
Com um samba na cabeça e uma paixão no peito,
consigo chegar em casa, a lua é quem caiu.
O cachorro me espera de pé, em frente à porta,
ocupando o lugar daquela que sumiu.
A diferença é que o coitado me espera contente;
e feliz com o pouco agrado não faz nenhum drama.
A diferença é que agora vou ficar sem ela,
e dormir com a saudade que já me espera na cama.
E assim eu toco a vida como o Velho Samba,
triste, simples e repetindo tudo ao mesmo jeito.
E como que um motivo a mais pra minha boemia,
levo um samba na cabeça e uma paixão no peito.