O CATADOR SOLITÁRIO (O TREM) – VINNICIUS CLADU.

Eu sei de tudo, daqui eu vejo tudo

Eu vejo as coisas que ninguém quer ver

Eu vivo a fome e ela é tão viva

Quanto a arrogância de quem tem o que comer

Nadando à seco a sede vem

Não tenho amigos, não tenho ninguém

Não sigo as redes, nem como peixe

Só sei seguir na direção do trem

|Eu sou um catador solitário

|As tais latinhas valem mais pra mim

|Eu levo a vida e vejo um mundo à parte

|Talvez em Marte eu não me sinta assim

Sociedade: não faço parte

Mas, sinto a arte renascer em mim

Através do sol

Talvez mais tarde, num amanhã distante

O meu irmão Humano seja um ser melhor

Eu vejo tudo o tempo todo

Até crianças virando homens maus

Eles me cospem sem saber a verdade

Que em outra vida eu era um ser normal

E que, talvez, algum dia alguém possa ser eu

Pra poder ver como é difícil a vida que Deus me deu.

São Félix – BA, 13.02.2012.

Composição: Vinicius Araujo de Oliveira (Vinnicius Cladu).

Vinicius Cladu
Enviado por Vinicius Cladu em 13/03/2012
Reeditado em 13/03/2017
Código do texto: T3552110
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