Sem

Digo que amo as franjas

Mesmo sem você tê-las no cabelo

Conto pra você a minha vida

E minhas dores de cotovelo

E você nem me limita

Como se até o fim eu pudesse navegar

Se me dá vento nas velas

Crio asas pra voar...

E falo de outras meninas

E do passado quase escondido

Na minha boca o meu íntimo

É só segredo perdido

Desvendado na sua alma imensa

Que desmonta o que armo

Eu não descubro o que pensa...

Só corro para não perder

A poesia que me resta

Quarto escuro é minha letargia

Sua compaixão é aresta

E no meio de todo mundo

Pareço o mais perdido

E falo de outras coisas

Do meu futuro mal resolvido...

Crio um universo só seu

Para apenas lhe explorar

E um mar só nosso

Para eu me afogar

Nunca é tarde demais

Pra querer se desculpar

O que fizemos de errado

Não é o que nos faz errar