GALEGO

"Lá vem o Galego...

Cabecinha branca com traço de negro..."

Via olhos claros o verso tá pego

Nasceu partideiro: vai só no sossego!

Filho de uma mistura fogo que na brandura forjou fissura

Nasceu da aventura...

Vai na cara dura vendendo pintura mesmo sem moldura

Na cavalgadura traz fumo de corda lá da agricultura

Mel puro, cultura, lenha, pinga pura

Só pra por mais fervura na temperatura...

Tem por propositura rimar, sem paura, ternura e bravura

Se vício... Resquício de uma ditadura...

Mesmo sem dever vai pagando a fatura...

Prego, tombo, parabelo, faca de ticum...

Próprio corpo, martelo...

Dor que não se paga com nenhum dinheiro

É ver antigo parceiro esgarçando outro elo...

Vou calar o seu falatório...

Com um papo notório bem verdeamarelo

Não fui o primeiro sequer derradeiro

Descendente de negro que nasceu branquelo

Desse seu papo pernicioso nasce o que é danoso

Ao maravilhoso...

Ambiente gostoso "desse povo teu" que me recebeu de modo caloroso

Você já é idoso... Se "tá" curioso, seja habilidoso...

O "barato" pode até ser conflituoso...

Mas talvez por isso até mais valioso

Por que que a gente não senta

E de novo tenta por meio amistoso

Rimar respeitoso com o que proveitoso...

Falar do que é novo e de um tempo saudoso...

Mas se eu descobrir que não passa de mais um "mané" pegajoso

Que fica "pagando" de rigoroso pra dar vaza a algum papagaio fanhoso

Do tipo meloso que se diz tinhoso porque decorou o CD de um famoso...

Vai engolir, nem que sob enfarte, o "start" do refrão preconceituoso

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 10/03/2012
Código do texto: T3547046
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