a voz do violão

Não queiras, meu amor, saber da mágoa

Que sinto quando a relembrar-te estou

Atestam-te os meus olhos rasos d'água

A dor que a tua ausência me causou

Saudades infinitas me devoram

Lembranças do teu vulto que nem sei

Meus olhos incessantemente choram

As horas de prazer que já gozei

Porém neste abandono interminável

No espinho de tão negra solidão

Eu tenho um companheiro inseparável

Na voz do meu plangente violão

Deixaste-me sozinho e lá distante

Alheio à imensidão de minha dor

Esqueces que ainda existe

Um peito amante

Que chora o teu carinho sedutor

No azul sem fim do espaço iluminado

Ao léu do vento se desfaz

A queixa deste amor desesperado

Que o peito em mil pedaços me desfaz

Francisco Alves/Horácio de Campos
Enviado por Beatrizgata em 04/03/2012
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