QUANDO NÃO VALE MAIS A PENA NEM BRIGAR.
Nosso suor secou
fugiu dos poros,
revoou.
Quem é você, diga lá
quem é você, diga cá.
A paixão partiu em revoada
virou amante velha e cansada,
o que foi bom ficou azedo, ficou nada,
ficou nada.
Acabou a vontade de sorrir, de parir, de partir.
Busco algum retalho do que fomos na alma
mas tudo está oco, está seco, está lodo, está encardido.
Se batermos na nossa porta ninguém vai abrir
Quem é você, diga lá
quem é você, diga cá.
A nossa vida não tem mais graça,
o tempo foi enchendo nossa vida de traça
cada beijo que trocamos é seco, todo seco,
não dá mais vontade nem de morrer.
Podemos ir cada um prum lado,
podemos fingir que ainda temos fogo,
podemos achar que o show ainda pode começar,
que nada, que nada, meu amor.
Podemos tentar recomeçar toda história,
buscar no fundo do baú algum momento de glória,
ir atrás de alguma luz, de alguma flor, de alguma varanda.
Hoje nossos corpos não se conhecem mais,
nosso sangue ficou coalhado, coitado,
nosso coração está jogado num canto qualquer,
num canto qualquer,
de um jeito que nem o diabo quer.
Quem é você, diga lá
quem é você, diga cá.
Vamos juntar nossos trapos, o que sobrou deles,
cada um pega sua trouxa e se manda daqui
não precisa nem dizer tchau, nem olhar pra trás
nosso tempo passou do tempo, virou triste alegoria,
acabou a cor,acabou o gosto, acabou a magia,
não vale mais a pena nem brigar.
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