POVO VALENTE (Seu Zé)

O filho da filha de novo está padecendo de algum mal

São cinco pras quatro da manhã e o jeito é a fila do hospital

Só tem dezesseis a menina e não sabe o que faz com o guri

O “vô” conformado embala faz tempo não sabe o que é sorrir

É povo valente que vive contente, que reúne forças pra continuar

Que toma birita no “barzim” da esquina pra não se matar

Seu Zé pendura aí que tenho dinheiro não

Mas no fim do mês eu acerto se sobrar um troco do feijão

A perna tá manca e se o cara espanca ela vai denunciar

Mas diz pra vizinha que foi um tombinho e que logo vai passar

Se o trabalho é duro e o salário é curto dá jeito de esticar

Milagre só quem faz é santo, mas tem que ter fé e acreditar

É povo valente que vive contente (...)

Seu Zé pendura aí que tenho dinheiro não

Mas no fim do mês eu acerto se sobrar um troco do feijão

E nos coletivos da vida dai força “sinhô” pra prosseguir

No pára e anda a paciência se manda e não sabe pra onde ir

De braços pro alto nem sempre é um assalto ele tem que segurar

Se lembra da filha e de toda a família e aproveita pra louvar

É povo valente que vive contente (...)

Seu Zé pendura aí que tenho dinheiro não

Mas no fim do mês eu acerto se sobrar um troco do feijão

E é povo valente que vive contente pra continuar

Que toma birita no barzim da esquina pra não se matar

E é povo contente que vive de bar em bar

E é povo decente que se ajoelhou tem que rezar

E é povo que vive fazendo promessa pra nunca pagar

Que toma birita no barzim da esquina pra continuar

Composta em Setembro/2005.

Márcia Estulano
Enviado por Márcia Estulano em 31/01/2012
Código do texto: T3473166
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