DE REFLEXÃO
Transcende a vida quem sorve o silêncio /
na dura busca infinda do saber /.
Ao pé do fogo, o gaúcho medita /
e acredita no seu próprio ser.
Quem tem cavalo e um cusco amigo/
tem seus parceiros na hora do aparte /
O pampa imenso pra engolir lonjuras /
no rancho a gaita pra bailanta e arte. /
Só quem tropeou e cruzou fronteiras /
pode ver coisas que alguém nunca viu /
Sente-se filho da mãe natureza /
e chora as mágoas do seu mano rio./
Quem tem o mate, cevador de ideias /
no grande enlace de uma roda irmã /
o sol razante empurrando o dia /
ou a erguê-lo, fisgando a manhã...
E lá adiante quando ao pôr do sol /
pra este alguém Deus dê um aceno /
irá embora tendo a certeza /
de que o mundo se tornou pequeno./
(Letra de Paulo de Freitas Mendonça, melodia de Jorge Trindade e interpretação de José Cláudio Machado)