A CASA VELHA

A CASA VELHA

Ritmo: Milonga

Há um lugar eternizado na memória

Que abriga sonhos e lembranças prazerosas

Janelas largas e um pé direito bem alto

Um horizonte no limiar da algerosas.

Um Cristo antigo pendurado na parede

E a ceia santa pra quem vem sem avisar

O espaço é pouco e desprovido de confortos

Mas cabe a vida nos limites desse lar

A casa velha que herdei de meus avós

Tem seus fantasmas nuns retratos ressequidos

E sempre abre seus portais de par em par

Ao “óh de casa” quando chega algum amigo

É um mundo pleno onde o descaso não habita

Um espaço terno onde a tristeza não prospera

Se faz trincheira pras peleias dos meus dias

Jardim dos sonhos quando surge a primavera

A casa velha foi o porto de partida

Pra um navegar de desafios e descobertas

E é motivo pra um retorno viajeiro

Pois sempre volta quem tem a paragem certa

E não importa se é de barro ou de madeira

Pois é na essência que a estrutura se sustenta

Rancho de esteios bem plantados na vivência

Que não se verga às ventanias e tormentas

Perto da estante onde as compotas se aninham

Com frutas boas, tendo o doce da estação

Há prosa mansa...fogo bueno...mate amargo...

E uma guitarra milongueando o coração.

Telmo Vasconcelos e Mauro Dias
Enviado por Telmo Vasconcelos em 01/12/2011
Código do texto: T3366859