LUGAR ESTRANHO
A flor que linda nasceu
Na mão de quem colheu
Abandonada morreu
Em cada rosto eu vejo
A dor reflexo do meu
Cansado de correr
Para um pedaço de pão comer
Em meio à multidão
Sou solitário sonhador
Querendo um pedaço
Desse chão pra eu morrer
Aquela que me colheu
Me deixou sem proteção
Assustado tento entender
Esse mundo sem amor
Que labuta pra comer
E suplanta a própria dor
Sem chão sem teto
Para do frio se esconder
A mão da mãe que balança o rebento
Sem ter como alimentar
Esmolando uma moeda
Pra poder sobreviver
Teimando em acreditar
Que o Sol ainda vai brilhar
E o sorriso da criança despertar
A esperança não morreu
Fechou os olhos pra descansar
O berço do futuro está vazio
Querendo arroz com feijão
No chão rico do pobre Brasil...
Que mundo mais estranho é esse
Que dá alimento em abundância
E deixa tanto estomago vazio...
Luiz Carlos Rodrigues dos Santos