LUGAR ESTRANHO

A flor que linda nasceu

Na mão de quem colheu

Abandonada morreu

Em cada rosto eu vejo

A dor reflexo do meu

Cansado de correr

Para um pedaço de pão comer

Em meio à multidão

Sou solitário sonhador

Querendo um pedaço

Desse chão pra eu morrer

Aquela que me colheu

Me deixou sem proteção

Assustado tento entender

Esse mundo sem amor

Que labuta pra comer

E suplanta a própria dor

Sem chão sem teto

Para do frio se esconder

A mão da mãe que balança o rebento

Sem ter como alimentar

Esmolando uma moeda

Pra poder sobreviver

Teimando em acreditar

Que o Sol ainda vai brilhar

E o sorriso da criança despertar

A esperança não morreu

Fechou os olhos pra descansar

O berço do futuro está vazio

Querendo arroz com feijão

No chão rico do pobre Brasil...

Que mundo mais estranho é esse

Que dá alimento em abundância

E deixa tanto estomago vazio...

Luiz Carlos Rodrigues dos Santos

Luiz Carlos Santos
Enviado por Luiz Carlos Santos em 16/11/2011
Código do texto: T3339913
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