a maçã
não saia nas ruas pois,
a policia é má depois das seis,
eles cospem em sua cara, debocham e te dizem,
"mais um maluco que passa por mim"
e me julga em um radinho,
ele nem se quer se lembra,
que eu sou o filho da puta,
que tenta salvar o filho dele,
pra que ele não caia no adubo auditivo que se ouve por ai,
eu olho a lua e escrevo poesia,
eu olho teus olhos e me vejo nos teus,
eu olho a lua de lado uma estrelinha,
e nessa estrelinha eu consigo ver Deus,
as vezes só centar com amigos na praça,
esfumaçar a cabeça de vida,
causando uma explosão de idéias,
pra depois musicá-las,
mas a ignorância humana me mata,
todos os dias,
pedindo a policia que tirem o Bob Dylan de minh'alma,
e passo a ver Tarantino diante dos meus olhos,
pra ter medo da minha própria depressão,
tenho raiva do mundo,
por me presentear a felicidade,
mas de ilusão meu peito tá cheio,
e meu mundo só segue a vontade,
de voltar a minha infância,
eu vejo a lua todo dia cheio,
volto pra casa todo dia de manhã,
quero viver a madrugada,
sentir o teu beijo, ouvindo a maçã,
não, não, não, quero ser teu rock star barato,
e cantar um choro triste pra vocês,
mas já ouvi de tudo e resolvi acordar,
acordar pra vida de uma vez,
vejo um cinema do tamanho dos meus olhos,
tapando meus sonhos de sonhar outra vez,
que pedia que a terra parasse,
e pra outro planeta levaria você,
eu vejo o fim do tunel nos teus olhos,
do meio de um poema Rimbaud,
tirei os dois cigarros do maço,
pus um na orelha e acendi o outro, como prova de amor.