INCÓGNITA

INCÓGNITA

BETO MACHADO

QUEM PODERÁ ME EXPLICAR

PORQUE EU SINTO ESSA DOR

NO FIM DO DIA

QUE A CADA PASSO DADO

É UMA ALEGRIA

QUE ESVAI RIACHO ABAIXO

E NA VENTANIA

DOS ANOS QUE TROUXERAM

MEU CANSAÇO

E LEVAM MEU DESGOSTO

MEU DESCOMPASSO

A OUTRAS NOVAS VIDAS

QUEM PERGUNTOU ISSO A MIM

FOI UM VELHO NEGRINHO

JÁ MORIBUNDO

QUE DAVA BONS CONSELHOS

A UNS VAGABUNDOS

QUE DORMEM EMBRENHADOS

NO OCO DO MUNDO

ONDE SE ESCONDEM RATOS,

SAPOS E COBRAS

E O VIVO COME O LIMPO

E O MORTO AS SOBRAS,

DENTRO DE UM PRATO FUNDO.

SEI QUE NINGUÉM VAI PODER

RESPONDER A QUESTÃO

DO TAL VELHINHO

POIS NOS LARGAMOS

POR UM VIL CAMINHO

BUSCANDO O SANTO PÃO

E O DOCE VINHO

QUE LESAM NOSSA FOME

E A NOSSA SEDE

E AS PRENDEM NOS CERCADOS

DE UMA REDE

COMO IMBECIS PEIXINHOS

Roberto Candido Machado e ZÉ CARLOS VOVÔ
Enviado por Roberto Candido Machado em 27/10/2011
Código do texto: T3300773
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.