VÔO CEGO.

Preciso de um ombro,

amigo, inimigo, tanto faz

certamente ele me refaz

traz minha vida de volta.

Preciso de um ombro

caído, moído, fingido, pode ser

certamente me fará renascer

buscando minha alma revolta.

Preciso de um ombro

rasgado, remendado, o que for

que tenha luz, que traga calor

coloque meus passos no prumo.

Preciso de um ombro

roubado, emprestado, como quiser

que limpe minhas sujeiras, minhas asneiras,

resgate meus sonhos tão fugidos,

meu sumo.

Preciso de um ombro

torto, morto, como der, como vier, como quiser

que traga de volta o que perdi, o que esqueci,

refazendo esse cara dentro de mim

perdido num voo cego qualquer.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 30/09/2011
Reeditado em 23/07/2020
Código do texto: T3250196
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