gotas de sangue
eu sou aquele que anda na noite
pelas ruas da cidade, com os olhos
penetrantes no mar de pureza
com aguas brancas e cinzas
eu sou aquele que é consumido pelo preto nas roupas
e a transparencia dos coraçoes de vidro
tao sensiveis e, ao mesmo tempo, inquebraveis
não enfureço meus olhos negros
e nem na maquiagem em meus labios
porque tenho cicatrizes em minhas mãos
eu sou a noite e o resto do mundo me odeia
eu sou as gotas de sangue num copo de vinho tinto
não existe ninguém além de mim
loutro que sinta o mesmo gosto, o mesmo cheiro
aquele que vive um dia após o outro
lutando para não morrer sem ser lembrado
eu sou o impossivel, o imortal
eu sou o anjo com asas quebradas
a parte mais negra dentro de mim
é a unica que não pode virar pó
sou, como a lua, rejeitado
por só aparecer ao deitar dos olhos
eu sou o grito no silencio
o escuro quendo se fecham os olhos
o misterio de um descanso
a porta nunca antes aberta