EU QUERIA SER VAQUEIRO
Não tenho inveja de nada
Mas aqui vou revelar
Através do meu cantar
O que canto é verdadeiro
Se Deus me desse outra vida
Pra ela ser bem vivida
Eu queria ser vaqueiro
Queria ser bom de laço
E também de montaria
Com o vaqueiro eu aprendia
Nele eu ia me espelhar
Como já não tenho idade
Foi-se a minha mocidade
Só o que me resta é sonhar
Sonhar com roupa de couro
E um cavalo corredor
Um fazenda bem grande
Com curral e lambedor
Uma morena bem bonita
Usando laço de fita
Seria meu grande amor
Eu enfrentaria a fome
Boi valente e traiçoeiro
Com o meu cavalo esperto
Arrojado e companheiro
Valente, forte e robusto
Correria no arbusto
Atrás de boi mandingueiro
Queria ser um vaqueiro
Que pegasse boi à pé
Medo não seria nada
Acima de tudo, a fé
Gostaria de cachaça
Beberia uma na praça
E adoraria mulher
Pra encerrar os meus versos
Aqui faço um pedido:
Vaqueiros do meu sertão
Não desprezem o seu gibão.
De joelhos vos imploro
Fecho os meu olhos, choro
Mas feliz o coração
Marcos Aurélio Mendes