OS IGUAIS

Tudo o que nos separa

É o que nos define

É o que nos contrasta

É o que nos une

Sou eu na “claridão” das letras

Sou eu na escuridão das tendas

Sou eu no verdejar dos campos

Sou eu na aridez da fome

E nós na cupidez da sorte

E nos na dimensão da morte

E tudo o que nos define

É o que mais nos contrasta

Aquilo que mais nos une

É o que mais nos separa

Sou eu na calidez do sono

Sou eu na agitação do medo

Sou eu na solidez das pedras

Sou eu na imensidão das luzes

E nós buscando uma vertente

E nós semeando na areia

E tudo o que mais nos contrasta

Aquilo que sempre nos une

Irmão que nunca se separa

Tensão que sempre nos define

Sou eu no turbilhão da calma

Sou eu na solidão dos tempos

Sou eu nas sacolas de lixo

Sou eu na mansidão dos templos

E nós na cegueira das armas

E nós num Rosário de queixas

E nós espremidos nas grades

E nós num Rosário de cruzes

Telmo Vasconcelos
Enviado por Telmo Vasconcelos em 05/09/2011
Código do texto: T3201775