OS IGUAIS
Tudo o que nos separa
É o que nos define
É o que nos contrasta
É o que nos une
Sou eu na “claridão” das letras
Sou eu na escuridão das tendas
Sou eu no verdejar dos campos
Sou eu na aridez da fome
E nós na cupidez da sorte
E nos na dimensão da morte
E tudo o que nos define
É o que mais nos contrasta
Aquilo que mais nos une
É o que mais nos separa
Sou eu na calidez do sono
Sou eu na agitação do medo
Sou eu na solidez das pedras
Sou eu na imensidão das luzes
E nós buscando uma vertente
E nós semeando na areia
E tudo o que mais nos contrasta
Aquilo que sempre nos une
Irmão que nunca se separa
Tensão que sempre nos define
Sou eu no turbilhão da calma
Sou eu na solidão dos tempos
Sou eu nas sacolas de lixo
Sou eu na mansidão dos templos
E nós na cegueira das armas
E nós num Rosário de queixas
E nós espremidos nas grades
E nós num Rosário de cruzes