Bolero de Ravel, última parte

Ouve bem as trombetas, os violinos e sonetos, amor

Move as letras que escrevo, ao son incolor

Se te pudesse dar algo

em notas a compôr

te daría estas e outras

que já tomá-mos os dois

Se pudesse compor música,

escrever notas na Pauta

movería mundos bandidos

anotaría todas as dôres

te daría tantas boas noites

quantas as estrelas que sei de cor

Ouve-me bem agora hoje

toca neste piano meu, amor

redige tudo outra vez

direge-te na direção

de frente ao cantor

por cima da pauta, debaixo e em cima deste esplendor

Ai se eu fosse uma jaula de letras

as teias que tenho, mas tirá-vas

as letras pingararíam ao nosso redor

Ai se pudesse amar-te como amo

tocararía-mos juntos

sem podores

Se eu soubesse escrever músicas e Pautas

acabaría com as notas, inventaría nova Clave de SOL

novas linhas paralelas, uma única preciso

para te dizer pela última vez

que o son do Piano não é só meu

muito menos teu ou nosso, acabei com ele

Te disse repito e aceito

tua falta de criatividade, almeja, me sobeja

já não me tortura

Bolero de Ravel , pode ser uma das respostas

meu primeiro Amor foi

meu único, talvez... dei todas a Notas que tenho

Divavid
Enviado por Divavid em 31/08/2011
Reeditado em 16/12/2018
Código do texto: T3192172
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