Bolero de Ravel, última parte
Ouve bem as trombetas, os violinos e sonetos, amor
Move as letras que escrevo, ao son incolor
Se te pudesse dar algo
em notas a compôr
te daría estas e outras
que já tomá-mos os dois
Se pudesse compor música,
escrever notas na Pauta
movería mundos bandidos
anotaría todas as dôres
te daría tantas boas noites
quantas as estrelas que sei de cor
Ouve-me bem agora hoje
toca neste piano meu, amor
redige tudo outra vez
direge-te na direção
de frente ao cantor
por cima da pauta, debaixo e em cima deste esplendor
Ai se eu fosse uma jaula de letras
as teias que tenho, mas tirá-vas
as letras pingararíam ao nosso redor
Ai se pudesse amar-te como amo
tocararía-mos juntos
sem podores
Se eu soubesse escrever músicas e Pautas
acabaría com as notas, inventaría nova Clave de SOL
novas linhas paralelas, uma única preciso
para te dizer pela última vez
que o son do Piano não é só meu
muito menos teu ou nosso, acabei com ele
Te disse repito e aceito
tua falta de criatividade, almeja, me sobeja
já não me tortura
Bolero de Ravel , pode ser uma das respostas
meu primeiro Amor foi
meu único, talvez... dei todas a Notas que tenho