Prefácio

Está previsto no prelúdio

Na orelha do prefacio

Rascunhado por Confúcio

Entender não é tão fácil

No preâmbulo da bula

Não há gole que engula

Da poção do boticário

E tão confuso predicado

Passa o substantivo

E quem é que vai dar cabo

Desse extenso prejuízo

Pregaram ele na cruz

E a serpente com seu guizo

Pilatos de magistrado

E Torquemada de arcebispo

Pressentindo a turbulência

Fez os Maia um calendário

Um profeta em cada esquina

Um boteco e um otário

Presidente anuncia

Um pacote de mudança

O presente que recebo

Futuro sem esperança

Não é o fim da história

É o começo da lambança

Três franjinha chapinhada

Basta pra fazer uma banda

Quem tem juízo obedece

Quem não tem acha que manda

Conhece o cu quem come prego

Quem tem paciência alcança

Toca o velório moço

Antes que o morto levanta

Tem um comprimido azul

Quem qualquer varinha encanta

Abre aspas, entre tanto

Tampa o furo, abre a tampa

Uma idéia na cabeça

Uma câmera na mão

Um ideal que me convença

Alguém que lhe de a mão

Estão acabando o mundo

Qualquer coisa vira guerra

Olha Bin Laden George Bush

Brigando de o bode berra

Em cadeia mundial

Vai ter copa do mundo

Enquanto isso no sertão

Poeira do topo ao fundo

Não tem nada na cozinha

Nem na copa de Raimundo

Está previsto no prelúdio

Na orelha do prefácio

Rascunhado por Confúcio

E revisto por Horacio

Pra quem constrói, o relento

Pra quem explora o palácio

Pra quem chora o momento

Pra quem rouba o epitáfio

E se a vida é um jogo

O juiz é mequetrefe

Sempre engorda seu cofrinho

Igual o porcão da CBF

E se tu acha que acabou

Ainda falta ir a lua

Tanto tempo se passou

Mas a merda continua

Odair dias

Odair Dias
Enviado por Odair Dias em 15/08/2011
Reeditado em 15/08/2011
Código do texto: T3161376