A ESPERANÇA
Comecei a minha vida
Sem ter um paradeiro
Negociando sempre com gado
Eu tinha meu companheiro.
Quando eu tinha que sair
Ele era sempre o primeiro
Eu falo do meu cachorro
Por nome de Perdigueiro.
Pisando na minha terra
Eu conheço o meu terreno
Na entrada e na saída
Despedida de um boiadeiro.
Não gosto de nada errado
Sou filho de justiceiro
Conheço o meu terreiro
Não gosto de traiçoeiro.
E assim eu vou vivendo
Como vive um pioneiro
Sempre alegre e contente
Porque sou rapaz solteiro.
Tudo que tenho pela frente
É futuro bem verdadeiro
Já comprei minha fazenda
E gado pro ano inteiro.
São Paulo, 12/08/1975