O POBRE MARQUÊS

Ele só fala com seus botões,

é com eles que defende seus senões,

é com eles que briga pra ver quem tem razão.

Desde pequeno foi assim,

mutas vezes passou por louco,

falar com próprios botões até ficar rouco,

bom da cabeça mesmo ele não podia ser.

Tem horas em que ria sem parar,

podia abrir seu coração com toda alegria,

falavam sobre tudo que é assunto sem descansar,

eram amigos de verdade só botando a conversa em dia.

Outro dia aconteceu algo estranho, acredite,

quando foi vestir a camisa que usava pra papear,

tomou susto, dessa vez ía mesmo enfartar,

a sua camisa tinha sido mexida, sabe lá por quem

aqueles botões de que tanto gostava, estava sem.

Olhou de um lado, olhou do outro, nada,

virou do avesso, procurou nos bolsos, que roubada,

arrancaram os botões um a um sem deixar pista,

sua vida estava totalmente enterrada.

Começou a chorar feito criança, o mundo ía acabar

adeus vida, adeus famiília, adeus tudo,

vou saltar da janela, ligar o gás, botar a corda no pescoço,

vão lamentar o fim desse rapaz tão moço,

isso a sua alma não podia suportar.

Foi quando ouviu um barulhinho vindo de longe,

já ía concluir a sua tarefa, parou no ato

depois tentava outra vez,

interromper tão forte missão era puro desacato,

isso não se faz com pobre Marquês.

Eram eles, acredite, eram eles!

os botões tinham saído pra tomar um ar,

se contar ninguém vai acreditar,

todos estavam voltando direto pro seu lugar.

Essa história parece coisa de maluco, e como!

se perguntarem se falei garanto que não digo,

e o pior vem agora, prepara que lá vem bomba,

tudo isso aconteceu comigo.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 15/07/2011
Reeditado em 15/07/2011
Código do texto: T3096223
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