SILÊNCIO INFERNAL.
Quando somente a alma mexe o vento,
fazendo as ondas do mar marear,
fazendo o tempo cambalear, se faz.
Quando somente o sonho desnuda o medo,
fazendo cócegas nas meninas dos olhos,
deixando os desejos meninos de novo, se faz.
Quando somente os olhos dissipam a saudade,
fazendo das anáguas da dor tiros de festim,
trazendo todas as risadas da fé para mim, se faz.
Nessa hora os gritos encardidos saem em revoada, se saem,
mandam dispersar cada ranço vencido da solidão,
mandam dissecar cada mantra deste silêncio infernal, se faz.
Então o que parecia morto fica mais vivo do que Deus
o que se se dizia partido volta do além e se finca de vez
o que se respingava aflito agora não chora não mais
agora não chora não mais, fui,
agora não chora não mais, fim.
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