53 ANOS.

Desde pequeno busco meus caminhos,

desde muito procuro meus atalhos,

desde sempre vou atrás dos meus ninhos.

Por tantas vezes achava que tinha achado.

tudo dizia que tinha que a hora tinha chegado,

e sempre percebia que estava enganado.

Apesar da dor, do medo, da frustração,

não deixava congelar de vez meu coração,

alguma dizia pra ir em frente, não desistir.

Anos foram correndo, cabelos brancos brotando feito mato,

as rugas marcando o rosto feito troféus do tempo,

vinha chegando do longe aquele velho que serei uma dia.

Perdi a conta das vezes em que só tive portas fechadas,

desisti de contar quantas vezes me refleti torto,

cansei de relembrar quantas vezes me vi morto.

Mas Deus pode parecer algoz, mais nunca nega a escada,

quando tudo se diz quebrado, Ele emerge do nada,

nas horas em que só vemos solidão,

ele faz voltar a andar o nosso coração.

Sabia lá atrás que o Sol ía nascer pra mim um dia,

sentia lá atrás que a minha cara-metade cruzaria meus caminhos,

acreditava lá atrás que de mim viriam frutos muito especiais.

Podia ter posto tudo a perder se não tivesse a calma, humildade,

serenidade, paciência, inteligência, pertinência e sorte pra esperar

a minha hora certa.

A minha hora certa chegou aos 53 anos, graças a Deus.

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