REFLEXÕES DE UM RONCADOR.

Quando ele dorme o silêncio vira do avesso,

berra louco até o talo,

leva a paciência pro ralo,

pro ralo.

Quando ele dorme espanta o sono dos outros de vez,

faz a calma dopar toda sensatez,

aborta os sonhos que nunca virão,

nunca virão.

Quando ele dorme o descanso some,

a paz vira britadeira, a desculpa vira asneira,

adeus toda brincadeira.

Quando ele dorme o zen some a galope,

a paciência o desejo entope,

a noite vira um inferno pior que fome,

pior que fome.

Quando ele dorme a fronha se desespera,

o que era bom fica já era,

e desaparece de uma vez,

de uma vez.

Quando ele dorme, sossego vira quem me dera,

a parede não consegue domar a fera

e tudo se rebuliça até o Sol se espreguiçar.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 22/06/2011
Reeditado em 22/06/2011
Código do texto: T3050700
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