LEZIER

Infância com pouco rabisco,

Família humilde, ralé.

O mais moço entre as moças,

Filho de Zé e Florinda,

Sua graça era Lezier.

Forro por seu pseudônimo,

Marcava o sotaque cantando.

Herança do pó nordestino,

Agreste desde menino,

Comia com a mão ou colher.

Falando contava piada,

Ria-se do riso dar nó.

com pouca sustância no punho

Saía na "gota" em murmúrio

Muitas vezes trotando no pé.

No olho não olhava niguém,

Parecia sempre rezando.

As vestes maior que o corpo,

Retalhos, um velho outro novo

Nos pés um calçado chulé

O tempo que tudo fia,

Logo desafiou Lezier:

Quando se foi mãe Florinda

Foi tanto da adrenalina

Que serrou os olhos seu Zé.

Durante esse tempo unguento

Ninguém mais "mangava" Forró.

Dedicado a dor e o lamento,

Aperreado com sofrimento,

Vestiu o silêncio e a fé.

Mas, cansado com homilias

Nele nasceu nova fé.

Lembrou do cimento e o martelo,

Feijão, arroz e o cutelo,

Tudo inerente a seu Zé.

Logo, era o Forró do Zé,

O Forró do batente pesado.

O músculo já estava presente,

Muito trampo, à "noitinha" aguardente,

Meretricio e meninas presentes.

Renasceu no lugar do velho,

Passou a ser respeitado.

Não há hoje em Santa Albertina,

Um telhado, uma latrina

Que não tenha seu nome gravado.

Wagner Viana.

Wagner Viana
Enviado por Wagner Viana em 21/06/2011
Reeditado em 26/02/2016
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