PARADOXO
Eu varo essa solidão
Transmuto do principio ao fim
Não encontro vestígios
E nem sei explicar
Vago tão completo e vazio
Paradoxo
E não muda se eu fumar mais um cigarro
Mas muda o fato ao fim de cada trago
Penso e é inútil
Reflito em vão outra vez
Tenho comigo e esse ter é me atormentar
Deixo pessoas, levo lembranças,
É tão difícil, feito um corte
Que não sangra e não para de sangrar
A culpa escorre e emana do meu olhar
Sigo, mas sinto outra vez
A incógnita está em mim não lugar
Já mudei de personalidades, roupas, nomes, e idiomas
Mas não mudo
E isso Ripley não previu e não pode me explicar
Não existi fórmula mor
Mas a verdade está no ar
Por isso varo a solidão
Transmuto do principio ao fim
E esse paradoxo vem me atormentar
Saúde a incerteza e a pseudo-segurança
Um brinde a mim e a todos os sábios-tolos
Me conjugo no uísque
Pois a culpa não sai de mim
Culpa que tenho e não tenho só de existir
Respiro ação tão rara e vulgar
A verdade está exposta e se esconde no ar
O ar que sustenta e derruba todos
Tão amigo e inimigo
E é por isso que me conjugo sem parar
Pois a resposta que eu procuro pra pergunta
Já cansei de encontrar...