A MENINA DEUSA E O ESCORPIÃO

Vago nas ruas do submundo
Um escorpião de alma azul
Passo nas praças iluminadas
Alucinadas por luzes néon

Acho um tempo pra procurar
Um ponto perdido dentro de mim
O tolo desejo de se perder
Tão necessário quanto se achar

Bares boates longe de casa
Alguma coisa pra me impressionar
Caretas, stripers, poetas chapados
Culpa, pecado, vinho, perdão

Me perco me acho, encontro alguém
Menina deusa de olhos estranhos
Cabelos vermelhos, de olhar tatuado
Cristalizado num escorpião

Acho que é isso que eu vim procurar
Um ponto intocado detrás da cortina
Na zona estranha e desconhecida
Culpada, fingida do meu próprio ser

Acho é que é isso que eu vim procurar
Uma pagã e um toque moral
Um rosto, um corpo e um olhar
Que ainda me mostre um brilho pagão